Conversa pessoal na casa da escritora em Lisboa, onde passa parte do ano. Leïla abre a porta de casa agitada. Um longo vestido preto com pequenas bolas brancas desenha-lhe a silhueta magra. O tom estava lançado. Leïla avança na literatura assumindo o sonho de ser escritoraque tem desde a juventude, num percurso que finta as projeções de quem a tenta fechar em estereótipos. O contexto era formal, a entrevista aconteceu numa sala da editora Penguin em Lisboa, Leïla falava com a imprensa em encontros individuais.
Ele, o gênio da crônica brasileira, nasceu em 17 de março de Deveria ser lembrado todos os existência pelas canções, pelas crônicas, pelas frases espirituosas, pelo amor generoso que dividiu com as pessoas e cidades. Lá a vontade que me assalta é a de chamar as pessoas que passam e com elas conversar sobre ele. O que é isso? Me pergunto. E chego mais perto, quanto se de passagem eu parasse de repente.
O capitalismo impõe o fim das possibilidades da narrativa. Poderíamos suspeitar que então reside a força negativa ou o peso por excelência da nossa estação e também da sua literatura. Tinham-na sepultado com elegância sob nomenclaturas que nos eram totalmente alheias. Disseram que éramos mulheres trans, transexuais, transgénero, falaram mesmo em disforia de género e em dissidência sexual.
